Em um evento de filiação do senador Izalci Lucas (DF) ao Partido Liberal (PL), o ex-presidente Jair Bolsonaro reforçou o movimento de pressão para que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), se filie à legenda. Bolsonaro deu indicativos de que o político não deve tardar a trocar de partido, afirmando que “em breve vai filiar um governador peso pesado”. Além de Tarcísio, outros pesos pesados do Poder Executivo também são esperados no PL, pelos corredores da política ouve-se nomes como Ronaldo Caiado (DEM) governador do Estado de Goiás e Romeu Zema (NOVO) governador do Estado de Minas Gerais. O prefeito Bocalom, de Rio Branco, capital do Acre, já se filiou ao partido, e em breve, um governador de peso também o fará. Segundo Bolsonaro, essas figuras políticas têm um pensamento muito semelhante.
Pressões e Considerações
Lideranças do PL têm feito sucessivos gestos para que Tarcísio de Freitas efetue a troca de partido. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, por exemplo, cobrou publicamente que o governador paulista integre os quadros da legenda. No entanto, Tarcísio tem sido cauteloso ao analisar a proposta de mudança de partido, mesmo considerando as sugestões de seu padrinho político. O governador enfrenta divergências com setores do Republicanos nas negociações para definir o apoio a candidatos a prefeito no Estado.
Outro fator que tem influenciado a decisão de Tarcísio é a aproximação do cacique do Republicanos, o deputado federal Marcos Pereira, com o governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Essa movimentação de Pereira, visando à eleição para a Presidência da Câmara, tem impactado as chances de reeleição de Tarcísio em 2026. O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), que já foi o mais longevo chefe do Executivo paulista, também se fortalece nesse cenário.
Força no Senado
Com a recente filiação de Izalci Lucas, o PL contará com 13 representantes no Senado, consolidando-se como a segunda maior força na Casa Alta do Congresso. Nesse ambiente, os interesses imediatos dos governadores são amplamente discutidos. A única sigla com mais senadores é o PSD, cuja bancada é formada por 15 parlamentares.
Evitando Embates
No mesmo evento, o ex-presidente Bolsonaro evitou embates com o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que relata diversas investigações nas quais Bolsonaro é investigado. Em vez de abordar temas que causam desgastes políticos, como sua estadia na Embaixada da Hungria, Bolsonaro preferiu antagonizar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em pautas morais e de costumes.
A portaria editada pela ministra da Saúde, Nísia Trindade, que previa a interrupção da gravidez até o nono mês de gestação nos casos previstos por lei, foi criticada pelo ex-presidente. A decisão repercutiu negativamente, e a ministra recuou da medida. Além disso, a questão judicial envolvendo Bolsonaro e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, também paira sobre o evento de filiação. Ambos estão submetidos a medidas cautelares impostas por Moraes, que os impedem de se comunicarem e participarem de eventos juntos.
PL Adota Estratégia para Evitar Encontro entre Bolsonaro e Valdemar, no evento de filiação do senador Izalci Lucas (DF) ao partido, o presidente do partido, Valdemar Costa Neto, montou um “esquema tático” para evitar que ele e o ex-presidente Jair Bolsonaro se encontrassem. Valdemar participou da abertura do evento e deixou o palco logo após a filiação de Izalci, permitindo que Bolsonaro pudesse discursar. Em sua breve fala, Valdemar lembrou que estava impedido de frequentar os mesmos espaços que o ex-presidente, mas alegou que essa imposição “não é problema” e que será resolvida em breve. Essa situação complexa continua a gerar especulações e interesse no cenário político brasileiro
Em meio a essas complexidades políticas, a filiação de Tarcísio de Freitas ao PL permanece como um ponto de interesse e especulação, com implicações significativas para o cenário político brasileiro.