Em um cenário de crescente tensão, Israel e a Faixa de Gaza se encontram à beira de um conflito de proporções devastadoras. O movimento islâmico armado Hamas lançou um ataque surpresa, considerado um dos maiores sofridos pelo país nos últimos anos, provocando uma resposta imediata de Israel, que declarou guerra em meio a uma chuva de bombas e foguetes.
Os números falam por si: mais de 5 mil foguetes foram lançados, deixando pelo menos 298 pessoas mortas e milhares de feridos. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, lançou a operação ‘Espadas de Ferro’ e convocou reservistas, enfatizando a gravidade da situação. Os ataques, concentrados principalmente na parte sul do país, resultaram em vítimas em ambos os lados do conflito, com 100 mortos em Israel e 198 na Faixa de Gaza.
O Hamas reivindicou a responsabilidade pelo ataque e afirmou que se trata do início de uma grande operação para a retomada do território. Este episódio intensifica ainda mais um conflito que remonta a décadas, marcado por disputas territoriais e uma busca infrutífera por soluções pacífica
O premiê israelense, em sua declaração à nação, assegurou que “estamos em guerra e vamos ganhar”, enquanto o ministro da Defesa do país, Yoav Galant, enfatizou que o Hamas cometeu um “grande erro”.
A situação é tão crítica que Israel recomendou que seus cidadãos busquem refúgio em prédios e espaços protegidos, pois sirenes de avisos de bombardeios foram acionadas em várias regiões, incluindo Jerusalém. Imagens que circulam nas redes sociais mostram edifícios danificados em Tel Aviv e confrontos nas ruas do sul do país.
O líder do Hamas, Mohammad Deif, declarou que este é “o dia da maior batalha para acabar com a última ocupação”, enquanto o governo israelense relatou que soldados foram mortos durante os ataques e que outros militares do país estão sendo feitos reféns pelo grupo armado na Faixa de Gaza.
O grupo Jihad Islâmica Palestina anunciou seu apoio ao Hamas no ataque contra Israel, o que aumenta ainda mais a preocupação internacional com a escalada do conflito. Vários líderes mundiais condenaram o ataque, incluindo o alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Tierk, que apelou ao fim imediato da violência em Gaza, ressaltando que os civis nunca devem ser alvo de ataques.
O que é o Hamas?
O Hamas, maior dentre diversos grupos de militantes islâmicos palestinos, é classificado como terrorista por várias nações, incluindo Israel, Estados Unidos, União Europeia e Reino Unido. Sua fundação, em 1987, durante a primeira intifada palestina, estabeleceu a Palestina histórica, incluindo o atual território de Israel, como terra islâmica, excluindo qualquer paz permanente com o Estado judeu. Isso alimenta acusações de antissemitismo contra o grupo.
Enquanto Israel e Gaza enfrentam uma situação de extrema gravidade, o mundo observa com apreensão, com a esperança de que um cessar-fogo e negociações diplomáticas possam eventualmente pôr fim a esse ciclo de violência que tem assolado a região por décadas.
Por Krysner Jebyos Neves.