Hoje (20), em uma sessão solene que marcou o encerramento de mais de três décadas de debates, o Congresso Nacional promulgou a tão esperada Reforma Tributária na tarde desta quarta-feira. Com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ministros e representantes dos poderes legislativo e judiciário, o evento simbolizou um marco histórico para o país.
Aprovado na última semana pela Câmara dos Deputados, o texto propõe uma mudança radical no cenário tributário brasileiro. Agora, todos os produtos e serviços comercializados no país serão regidos por um imposto federal unificado, por meio do denominado “IVA dual”. Essa transformação visa simplificar a estrutura tributária, substituindo os cinco tributos federais existentes por um sistema mais eficiente.
O Que Muda?
A reforma estabelece um período de transição, previsto para durar sete anos, entre 2026 e 2032. Durante esse tempo, a unificação gradual dos impostos ocorrerá, consolidando a proposta em 2033. A proposta inicial, aprovada na Câmara e no Senado, passou por algumas alterações cruciais.
No âmbito das alíquotas, em 2026, será aplicada uma alíquota de 0,9% para a CBS (IVA federal) e de 0,1% para IBS (IVA compartilhado entre estados e municípios). Em 2027, os tributos PIS e Cofins deixam de existir, e a CBS será plenamente implementada, mantendo a alíquota de 0,1%. Entre 2029 e 2032, as alíquotas do ICMS e do ISS serão reduzidas, enquanto o IBS terá uma elevação gradual, culminando com a vigência integral do novo modelo tributário em 2033.
Incentivos e Exclusões
Um ponto de destaque são os incentivos para a produção de veículos elétricos e flex, mantidos pelos deputados. A emenda incluída pelos senadores possibilita a adoção de crédito presumido, beneficiando montadoras das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
Contudo, a Zona Franca de Manaus não conseguiu garantir a criação da Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico (Cide), sendo mantido o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Setores essenciais, como serviços de educação, saúde e produções artísticas, culturais e jornalísticas, receberão um corte de 60% nos tributos.
Para o Consumidor Final
A Reforma Tributária promete maior transparência ao consumidor. Com o novo sistema, todo o imposto pago ao longo da cadeia produtiva será recuperado integralmente, eliminando a presença de impostos ocultos. Isso proporcionará uma carga tributária para o consumidor final equivalente à taxa paga ao longo da produção.
Segundo especialistas, essa transparência empoderará os consumidores, permitindo uma compreensão clara dos tributos pagos e fornecendo uma base para avaliação das políticas públicas relacionadas a esses impostos.
Conclusão
A Reforma Tributária promulgada marca um momento histórico no país, prometendo transformar significativamente o cenário fiscal brasileiro. Com mudanças estruturais, incentivos setoriais e a promessa de transparência, o Brasil inicia uma nova era fiscal que impactará positivamente a vida dos cidadãos e o desenvolvimento econômico do país.